Queijo artesanal de Salvaterra, Ilha do Marajó conquista mercado nacional
Produtores do queijo do Marajó estão com capacitação para investirem mais em produtividade e expansão
Queijo do Marajó Fazenda São Victor – alimento que conquistou identidade e reconhecimento, não apenas no Estado do Pará, mas também, no Brasil inteiro e exterior. O queijo com características únicas e sabor inconfundível, diferenciais que são preservados pelo modo de produção artesanal e terroir, e por isso, encontra-se em momento de expansão no mercado brasileiro.
Hoje, o Queijo do Marajó Fazenda São Victor representa o pioneirismo no Pará, uma vez que é o primeiro produto lácteo artesanal a receber o Selo Arte, e sendo assim, autorizado para disseminar a cultura, a tradição e os costumes da produção queijeira marajoara em todo o território nacional.
Da tradição para a livre comercialização no mercado brasileiro, que inicialmente está voltada às cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas, decorrente de conquistas de títulos expressivos em competições nacional e internacional, o produto ganhou notoriedade, e já é possível encontrar a iguaria bubalina em outras cidades, entre elas destaques para Brasília, Goiânia, Florianópolis, Espírito Santo, Belo Horizonte, Recife e Bahia.
“O momento nos permite expandir e conquistar o paladar das pessoas, levando a nossa cultura queijeira artesanal Pelo Brasil afora. O que o nosso queijo tem especial além, do modo de produção que é considerado único mundialmente, é o fato dos nossos animais serem criados soltos, sem ração e consumo de diferentes pastagens nativas, uma vez que contamos com um terroir”, explica o proprietário da queijaria, Marcus Pinheiro.
Ainda de acordo com Marcus Pinheiro, o mercado para o queijo artesanal é crescente, e cada vez mais vem sendo reconhecido. Por dia são comercializados cerca de 100 quilos de queijo. Mas com a permissão da venda interestadual do Queijo do Marajó Fazenda São Victor, a expectativa é ampliar o volume atual de produção e vendas.
Em São Paulo, por exemplo, é possível encontrar o laticínio de búfala em dez pontos de vendas, entre eles o Trem Bom de Minas, presente no mercado há 14 anos, e tem na linha de frente da gestão, a Paulista Priscila e o marido, o mineiro Elvio Rocha. Elvio que detém ampla expertise no setor queijeiro, já participou como vice-presidente da primeira competição mundial de queijos que aconteceu no Brasil – Mundial do Queijo do Brasil, além de ser integrante da Associação de Comerciantes de Queijos Artesanais Brasileiros, membro da Association Guilde Internacionale des Fromagers, e criador do Canal no You Tube “O Queijólatra”, que tem como objetivo disseminar a alquimia da junção do leite, coalho, fermento e sal, além de contar a história de queijos.
E devido o vasto conhecimento sobre o universo dos queijos, e em especial dos artesanais, o especialista assumiu recentemente a representação do Queijo do Marajó Fazenda São Victor, e com isso, o compromisso de alavancar a marca em São Paulo. Vale frisar, que para isso, realizou visitas e estudos sobre o modo de produção do queijo artesanal da Fazenda São Victor.
“Como o próprio nome já diz é um queijo muito cremoso, com aromas lácteos e amanteigados, é um queijo que necessita de um tempo de boca, para que ele revele toda sua complexidade, com textura cremosa e untuosa derrete facilmente na boca, sabores timidamente ácidos, amanteigados, levemente salgado com tendência também de sabores amadeirados, cereais e até mesmo herbais. Trata-se de um queijo único, que a cada dia nos revela alguma surpresa oriunda de uma pastagem que se renova a cada dia”, explica Elvio.
Para Cecília, sócia proprietária da Queijaria Fazenda São Victor, o empenho dos parceiros (clientes) tem sido um positivo para agregar mais valor e visibilidade ao produto no mercado brasileiro, e sendo assim, um alicerce sólido para alavancar as vendas em várias cidades. “Estamos aproveitando ao máximo essa nova fase, que está oportunizando pleno potencial de crescimento, porém, optamos pela preservação do modo de produção, e consequentemente, a qualidade do queijo artesanal”, explica.
Outro tradicional ponto de comercialização de queijos, localizado no bairro da Saúde, em São Paulo, e que é possível degustar a iguaria bubalina da Ilha do Marajó, é a Galeria do Queijo, administrada pelo casal Márcia e Falco Bonfani. O estabelecimento completou 24 anos de existência no mês de julho, e o grande diferencial do local, é o acesso a uma grande variedade em produtos lácteos, uma vez que oferece mais de 1500 itens. Sendo mais de 350 queijos, cerca de 250 industriais e 100 artesanais.
“Quando a gente descobre o mundo dos queijos artesanais, a gente descobre que o alimento vai além da sua receita e das percepções sensoriais que nos oferece. Ele é fruto de uma história. No caso, do queijo da Fazenda São Victor e do queijo do Marajó, a receita tão singular, tão única, o modo de fazer absolutamente natural, o processo de geração em geração, os sabores e aromas suaves e ao mesmo tempo complexos, e também, a história dos queijos produzidos com leite cru de búfala e a conquista do Super Ouro no Prêmio Queijo Brasil, 2018. Tudo isso junto só pode dar em um queijo único”, revela Falco.
Sobre Queijaria Fazenda São Victor
Desenvolvida em 2006 por meio do Projeto Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Queijo do Marajó, conquistou certificado de qualidade artesanal do produto. Detentora do selo 013 no segmento de produto artesanal no Pará, com a produção do Queijo Marajó Tipo Creme, conquistou premiações expressivas no gênero alimentício, entre elas o primeiro lugar no XII Encontro Nacional de Criadores de Búfalos e II Marajó Búfalos, tendo o reconhecimento na maior premiação de queijos artesanais, “Medalha de Bronze”, no III Prêmio Queijo do Brasil, e “Super Ouro” no IV Prêmio Queijo Brasil, em São Paulo. Emplacou também, com a categoria “Prata”, da 4a Edição do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.