5 de novembro de 2024
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Outubro rosa, confira como a nutrição pode ajudar na prevenção da doença

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres em países desenvolvidos e em desenvolvimento. As taxas estão aumentando em todo o mundo, em particular nos casos de pós-menopausa.

Entre os fatores de risco bem estabelecidos estão, histórico familiar, idade da menarca e da menopausa, vida reprodutiva, consumo excessivo de álcool, fumo e dietas ocidentais ricas em calorias e pobres em nutrientes.

As diretrizes de prevenção do World CâncerResearch Fund (WCRF) recomendam manter um peso saudável, praticar 150 minutos de exercícios físicos de intensidade moderada por semana, limitar o consumo de álcool e comer uma dieta estilo mediterrânea, rica em vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis. O WCRF também afirma que os hábitos alimentares têm papel importante na prevenção e tratamento da doença.

Por isso, listo aqui, alguns alimentos que podem fazer parte de uma rotina alimentar saudável e com isso ajudar a prevenir e a tratar câncer de mama.

Ácidos graxos ômega-3: Peixes gordurosos, incluindo salmão, sardinha e cavala, são conhecidos por seus impressionantes benefícios à saúde incluindo efeito protetor contra o câncer.

• No estudo de 2015 sobre os Ácidos graxos ômega-3 na prevenção ao câncer de mama, que avaliou mulheres com altas taxas de ingestão de ômega-3 marinhos eicosapentaenoico (EPA), e ácido docosaexaenoico (DHA) em relação ao ácido araquidônico ômega-6, o resultado apontou que os ácidos graxos EPA e DHA são mediadores lipídicos importantes, associados à diminuição da inflamação e estão associados na prevenção da doença.

• A associação entre o risco de câncer de mama e a ingestão de ácidos graxos poli-insaturados n-3 (PUFA), também foi avaliada por uma meta-análise com 21 estudos de coorte prospectivos envolvendo 20.905 casos da doença e 883.585 participantes. O resultado mostrou que o consumo mais alto de PUFA n-3 está associado a uma redução de 14% no risco de câncer de mama.

Quercetina: É um pigmento flavonoide, com atividade antioxidante encontrado em várias frutas evegetais como brócolis, cebola, maçã, pimentão, morango, mirtilo e uva.

• Estudos sugerem que os efeitos protetores da quercetina resultam da morte de células cancerosas, restauração de genes supressores de tumor e inibição da expressão de oncogene.
• A quercetina também aumenta os efeitos quimioterápicos da doxorrubicina(quimioterápico de primeira linha para câncer de mama) contra as células do câncer de mama, e reduz seus efeitos colaterais citotóxicos.

Epigalocatequina-3-Galato (EGCG): Esta substância presente no chá verde, foi amplamente estudado por seu potencial efeito protetor de vários tipos de cânceres em humanos. Em comparação com outros chás, ele contém a maior quantidade de compostos bioativos que pertencem ao grupo dos polifenóis.

• Há evidências de que o EGCG exerce efeitos protetores contra a tumorigênese.Estudos experimentais mostram que os polifenóis podem modular várias vias de sinalização, e regular o crescimento, a sobrevivência e a metástase de células cancerosas em vários níveis.Dados in vitro demonstraram que os polifenóis podem induzir a morte celular programada em células de câncer de mama, seja por uma indução específica, ou por modulação epigenética da expressão de genes relacionados à apoptose.

Ervas e especiarias: Salsa, alecrim, orégano, tomilho, cúrcuma, curry e gengibre, contêm compostos vegetais que podem ajudar a proteger contra o câncer de mama como vitamina A, C, K, zinco, ferro, magnésio, cálcio e potássio. Além disso, possuem propriedades antioxidantes antibactericidas, anti-inflamatórias e anticâncer.

Grãos integrais: Quinoa, arroz integral, aveia, arroz selvagem, painço, cevada
• Na revisão sistemática e meta-análise de 2018, sobre associação entre a ingestão de grãos integrais e o risco de câncer de mama, com 11 estudos, sendo 4 de coorte e 7 de caso-controle, envolvendo 131.151 participantes e 11.589 casos de câncer de mama, os resultados mostraram que a ingestão de grãos integrais, esta associada a um risco reduzido de câncer de mama.
Vegetais com folhas verdes: Couve, rúcula, espinafre, mostarda e acelga, são apenas alguns dos vegetais de folhas verdes que podem ter propriedades anticâncer.

• Uma análise conjunta de 8 estudos de coorte de 2012, compreendendo mais de 80% dos dados prospectivos publicados no mundo sobre carotenoides plasmáticos ou séricos e câncer de mama, incluindo 3.055 casos e 3956 indivíduos controle, sugere que mulheres com níveis circulantes mais elevados de α-caroteno, β-caroteno, luteína, zeaxantina, licopeno e carotenoides totais, podem ter risco reduzido de câncer de mama.

• Em outro estudo de 2015, sobre carotenoides plasmáticos e risco de câncer de mama ao longo de 20 anos de acompanhamento com 32.826 mulheres, os autores concluíram que, as mulheres com alto teor de carotenoides no plasma tinham risco reduzido de câncer de mama, particularmente para doença mais agressiva e fatal.

Folato (vitamina B9). Os feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, ovo, carne e vísceras. Não é difícil conseguir um bom aporte da vitamina se o cardápio incluir estes alimentos.

• Uma análise conjunta de 23 estudos prospectivos envolvendo um total de 41.516 casos de câncer de mama e 1.171.048 indivíduos. Descobriu-se que a ingestão de folato está associada a uma redução de 18% no risco de desenvolver câncer de mama.

• Além disso a ingestão alimentar relativamente alta de folato, foi inversamente associada ao risco de câncer no útero, ovários. eendométrio.

Vitamina B6: É encontrada com maior frequência em alimentos de origem animal,como carnes, de porco, leite e ovos. Entre os alimentos de origem vegetal, as principais fontes são, batata inglesa, aveia, banana, gérmen de trigo, abacate, levedo de cerveja, cereais, sementes e nozes.

• Uma análise combinada de 5 estudos realizados nos Estados Unidos, incluindo 2.509 casos de câncer de mama, mostrou que níveis elevados de piridoxal 5fosfato sérico (forma ativa da vitamina B6), foram associados a redução de 20% no risco de câncer de mama, em comparação com níveis baixos entre mulheres na pós-menopausa.

Curcumina: A cúrcuma é uma especiaria amarela com um sabor específico, usada na culinária asiática. A curcumina é um composto poli fenólico secundário isolado da cúrcuma. O efeito quimiopreventivo da curcumina em relação à ao câncer de mama foi observado nas fases de iniciação e pós-iniciação, e foi descoberto que ela inibe significativamente o início do adenocarcinoma mamário.

• O uso concomitante de piperina aumenta a absorção, concentração sérica e biodisponibilidade da curcumina em humanos em até 20 vezes.

Frutas cítricas: Laranjas, limões, limas, tangerinas, acerola. Estas frutas possuem compostos que podem diminuir o fator de risco contra o câncer de mama, incluindo folato, vitamina C e carotenoides como beta criptoxantina e beta caroteno, além de antioxidantes flavonoides como quercetina, hesperidina e naringenina. Esses nutrientes fornecem efeitos antioxidantes, anticâncer e anti-inflamatórios.

• Uma revisão sistemática quantitativa de 2013, sobre a Ingestão de frutas cítricas e risco de câncer de mama, incluindo 6 estudos e 8.393 participantes, mostrou associação inversa entre a ingestão de frutas cítricas e a risco de câncer de mama.

Vegetais crucíferos: Brócolis, couve-flor, espinafre, couve manteiga, rúcula, couve-de-bruxelas, repolho, agrião, folha de mostarda, nabo e rabanete. Estes contêm compostos glicosinolatos, que o corpo pode converter em moléculas de isotiocianatos. Este possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e anticâncer

• No estudo de abril de 2020, sobre glicosinolatos e isotiocianatos e risco de câncer de mama, com 1493 mulheres, mostrou que, ingestões mais altas de vegetais crucíferos, foram inversamente associadas ao risco de câncer de mama.

• Indol-3-Carbinol: é outro fitoquímico produzido pela quebra dos glicosinolatos, também demonstrou ser um potente agente quimio-preventivo para câncer de mama.

Dieta mediterrânea: A dieta é considerada um dos fatores modificáveis mais importantes, que contribuem para a prevenção do câncer de mama.

• No estudo Dieta mediterrânea espanhola e risco de câncer de mama de 2014, os autores concluíram que o padrão alimentar mediterrâneo tem papel protetor contra o risco de mortalidade pela doença. Este benefício pode ser atribuído ao efeito de nutrientes específicos na inflamação, dano e reparo do DNA, estresse oxidativo e modificações genéticas. Esses nutrientes incluem ácidos graxos ômega-3, polifenóis, resveratrol, compostos organossulfurados, quercetina, zinco e selênio.

Evite
Álcool: o consumo excessivo, pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama.
Frituras. Uma alimentação rica em alimentos fritos pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama.

Carnes processadas: bacon, linguiça e salsicha estão associados a um maior risco de desenvolver a doença.

Açúcar simples/ Carboidratos refinados: açúcar refinado pode aumentar significativamente o risco de câncer de mama, aumentando a inflamação e a expressão de certas enzimas relacionadas ao crescimento e disseminação do câncer

Mais sobre Adriana Stavro:

Instagram -@adrianastavronutri
Adriana Stavro – Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo

Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein
Pós graduada em Nutrição funcional pela VP e em Fitoterapia pela Courses4U

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